No ciclo do ouro, vários roteiros viam da Vila de São Paulo até Minas Gerais pelos homens das Entradas e Bandeirantes. Em um desses roteiros veio a caravana sob a chefia de Matias da Silva Borges. Por volta de 1767, chegaram a estas plagas, fizeram acampamento no lugar exato onde hoje, está a cruz encimando a atual Igreja Matriz. No dia seguinte rumaram para o Morro do Chapéu na esperança de encontrar ouro. A primeira missa campal foi realizada pelo Pe. João Pereira de Carvalho. Matias da Silva Borges era casado com Mariana Joaquina do Sacramento. Construiu a capela do Espirito Santo concretizada no dia 03 de setembro de 1806, e o Auto de Posse é datado de 09 de setembro de 1806. Era de taipa, coberto de folhas de palmito, térreo, rodeado de árvores gigantescas e seculares. O primeiro cemitério foi construído por volta de 1773. O primeiro nome dado à Terra por Matias da Silva Borges foi o do Espírito Santo, em 1791 Espirito Santo dos Coqueiros e em 1792 chamava-se também Espirito Santo dos Sertões, do Sapé. Em 1792 a capela já era coberta de telhas, ladrilhada. Incumbira-se dessa transformação o Cap. João Manuel de Siqueira Lima. No ano de 1846 foi elevado a distrito. Era o Espirito Santo dos Coqueiros que ficou integrando o Município de Lavras. Em 1871 foi iniciada a construção da Igreja do Rosário, na Praça do Rosário, hoje denominada Praça Sete de Setembro. Em 9 de setembro de 1873 houve um incêndio na Igreja do Rosário, na hora da ereção do grande cruzeiro (existente até hoje). Havia aqui fabricação de queijo e velas, suficientes para uma exportação razoável. Já era bastante desenvolvida a cultura de cana-de-açúcar, engenhos de Antônio Miguel Alves, Aureliano Júlio da Silveira, Francisco Antônio Vilela, Antônio Batista de Figueiredo e outros. Plantavam também cerais, fumo e algodão. Em 1902, Espirito Santo dos Coqueiros passou a pertencer ao Município da Vila de Campos Gerais, comarca da Vila da Boa Esperança e depois comarca de Três Pontas. Em 1916 foi instalado o telefone pelo Diógenes Campos, e neste mesmo ano, prestigiou o primeiro cinema ambulante de Francisco Lamaita. Em 1923, por influencia do senador Domiciano dos Passos Maia, volta a pertencer à Dores de Boa Esperança, quando recebeu o atual nome de Coqueiral. Em primeiro de junho de 1923 foi inaugurado o primeiro cinema local, de propriedade de Otaviano Botelho e Adelardo Batista Alves, instalado em um barracão, frenteado para a antiga Praça do Cruzeiro Novo. Anos mais tarde o segundo cinema instalado por Hormino Reis em prédio próprio. Em 1927 foi inaugurada a primeira água potável capitada em propriedade de Jonas Augusto Alvarenga. Em maio de 1930 instalou-se aqui a primeira luz elétrica. Em 15 de novembro de 1930 passou a ter correio diário. Em julho de 1932, grande parte de nosso povo ficou conhecendo o rádio, adquirido por Dr. José Gregório Moreira. A primeira tentativa de emancipação foi em 1943 sob regime ditatorial. Finalmente, graças à pacificadora mediação do Dr. Paulo Ferraz, em primeiro de fevereiro de 1948 conseguimos a suspirada reunião. Em abril de 1948 ouvimos do governador que sancionaria a lei emancipacionista. Em 4 de junho a comissão da Assembleia deu parecer favorável. Em 21 de novembro, foi aprovada a 2ª e decisiva discussão. Em 27 de setembro, o governador Milton Campos sancionou a histórica Lei nº 336, estava emancipado o Distrito de Coqueiral, já com 106 anos de existência, pois fora criado em 1846. Em 1978 possuía a cidade excelente luz elétrica, própria, gerada na Usina construída na fazenda do senhor Olímpio Lasmar, no atual Distrito de Frei Eustáquio. A maior potencia econômica do município é a poderosa Usina de açúcar do Esmeril, do empreendedor Coqueirense José Vilela Barbosa que também montou em sua fazenda a Usina Hidrelétrica no chamado Ribeirão da Fábrica.